sexta-feira, 1 de junho de 2012

A hora do Adeus


Não é um Adeus. É uma até já. 

O mundo é mesmo um lugar cada vez mais pequeno. Não preciso de enumerar as vezes que encontrei gente de um canto noutro canto do planeta. 

Mas a minutos - poucos - de abandonar o humilde palácio que me acolheu estes três meses na Alemanha, invade-me uma sensação de tristeza. Daquelas que vêm para ficar dois dias.

A razão incógnita que me trouxe a este país - que só eu a sinto e não tem explicação - ecoa agora, mais do que nunca. Mas a partida faz sentido.

Ontem, fiz as malas. Não me apetecia mexer uma palha. Foi preciso tirar só a primeira meia da gaveta, para em 50 minutos ter tudo embalado. Bem, quase tudo!

Vou sentir falta de acordar entre o cheiro e a cor deste pequeno jardim, ao som do palrar de pássaros alemães. Será que são mesmo alemães? Podem ser brasileiros! Quando era pequeno, a minha mãe, a minha linda mãe, dizia-me, em tom de mistério, da janela da sala, que aqueles primeiros pássaros da Primavera tinham percorrido um oceano inteiro para chegarem ao nosso jardim. Não os podíamos assustar.

Pois bem, chegou a vez de dizer que desta vez, quem percorreu o oceano fui eu. Um oceano de emoções.

E resta-me agradecer a todos, a mim, mas principalmente a Deus, por me sentir tão feliz e realizado por ter chegado até aqui.

Os sonhos concretizam-se.